Pois é, meu querido - e único - leitor.
Domingo acabou-se mais uma edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna (se errei na denominação, faça-me o favor de corrigir-me, sempre fico em dúvida). Mas voltando à vaca fria, aliás, à MEDALHA fria, como sempre acontece, desta vez tambem houve vários fatos históricos, fatos que, se não ficarem na lembrança da humanidade, ficaram na minha.
Nunca esquecerei a imagem da maratonista cambaleando ao final da corrida, mais morta que viva, andando mais por força de vontade do que por força das pernas. Houve tambem o halterofilista que excedeu os limites do corpo e teve o braço quebrado no momento de triunfo. O nadador africano que, mesmo praticamente sem saber nadar, foi, competiu e foi homenageado pelo que fez. Houve tantos momentos que iria até amanhã e não terminaria de mencioná-los.
Mas desta vez houve fatos que me marcaram. Fatos que me emocionaram. Tanto pela beleza quanto pelo grotesco ou o merecimento da situação. Vou começar pelos belos fatos:
- Na vela, o barco dinamarquês da 49er quebrou o mastro na hora da última regata. A tripulação croata, que sabia que não tinha chance nenhuma de conquistar nada, cedeu o barco aos dinamarqueses, que com ele ganharam a medalha de ouro. Pode existir mais espírito olímpico do que o dos Croatas?
- Pode, e veio do mesmo esporte: Na Star, durante a entrevista após a entrega das medalhas, o timoneiro Robert Scheidt dedicou a medalha ao seu proeiro, Bruno Prada, lembrando que mais da metade do trabalho é do proeiro, enquanto a imprensa só foca no timoneiro.
- Quer cena mais bela que a do levantador de peso alemão Mathias Steiner ao dedicar chorando o título de homem mais forte das Olimpíadas à sua mulher, morta em um acidente de carro?
- Houve o choro arrependido de Maurren Maggi, ao receber a medalha de ouro, após ter voltado da punição por dopping.
- E que dizer da americana Dara Torres, 41 anos, mãe de uma menina e com 3 medalhas de prata na natação?
E tantos outros...
... Mas agora vamos a alguns fatos grotescos, muitos dos quais merecidos:
- Dieguita Hypólita saiu do Brasil dizendo que o ouro era dela e não tinha pra ninguem. Caiu sentada, quando deveria ter caído de cara, pra aprender que o espírito olímpico é outro: O importante é competir!
- Phelps disse que iria ganhar oito ouros e já tinha vendido os direitos de fotografia com as medalas no peito. Infelizmente, os deuses não puniram tanta arogância. Fica pra próxima. Aliás,
ele, de tão superior aos outros que é, me faz pensar em algo (que, reconheço, tem até cara de teoria da conspiração): Será que houve algum dopping ainda não descoberto ou será que ele é fruto de algum acasalamento dirigido? Vôte!
- A "cobertura jornalística" o tempo todo dava notícias "da seleção brasileira". Que seleção brasileira? De qual esporte olímpico? Vela? Atletismo? Pentatlo? Natação? Judô? NÃO! Do menos olímpico de todos os esportes, o Futebol Associação. Foi uma pena ainda terem ganho alguma medalha. O bom mesmo seria que esse esporte tão cheio de desonestidade, violência e arrogância tivesse voltado pra casa apenas com o que Maria ganhou na capoeira. Além de ser retirado da lista dos esportes olímpicos.
- Usain Bolt ninguem nega que é o homem mais rápid do mundo, praticamente um Phelps do atletismo, mas reduzir o passo, olhar pra trás e bater no peito antes de vencer (batendo o recorde mundial) os 100m rasos tambem é demais tambem, né? Falta de espírito olímpico...
- Me espantei com o silêncio e a evasão do estádio quando o ex-herói nacional chinês Liu Xiang, com fortes dores, não conseguiu nem começar a prova dos 100m com barreira. Fiquei me perguntando o que acontecerá à sua família, nas mãos do governo chinês...
Pois é, meu querido - e único - leitor, agora que mais um ópio do povo passou, vamos ver o que as eleições nos trarão. Deus que nos ajude!